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Ex-diretoria da Petrobras devolveu R$ 279 milhões obtidos por meio de propina

por Redacao O Sul
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Por Redação O Sul | 17 de março de 2024

Montante soma R$ 20,92 bilhões referentes a depósitos recursais, honorários periciais e alvarás. (Foto: Freepik)

O esquema de corrupção ligado à Petrobras e investigado pela Operação Lava Jato a partir de 2014 foi confirmado por cinco ex-funcionários do alto escalão da estatal em delação premiada ou em colaboração espontânea à Justiça.

Juntos, os executivos aceitaram entregar R$ 279,8 milhões ao Tesouro e à petrolífera, segundo levantamento feito pelo Estadão com base nos acordos firmados entre os investigados e o Ministério Público Federal.

Do total de recursos devolvidos, R$ 244 milhões – ou 87% – foram oriundos de propinas obtidas pelos executivos, e eram mantidos em contas no exterior, em dinheiro vivo e na forma de terrenos e até de carro importado. O restante corresponde a valores de multas compensatórias pelos crimes cometidos na época.

Nos acordos de delação, os ex-funcionários da Petrobras apontaram as maiores empresas do setor de infraestrutura brasileiro como pagadoras de propina a eles próprios. Em uma ação inédita no País, a Lava Jato investigou e prendeu presidentes e dirigentes das gigantes da construção entre 2014 e 2015. Com o prosseguimento das investigações, executivos da Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Odebrecht passaram a confessar os pagamentos ilegais e assinaram delações. As empresas firmaram acordos de leniência.

Cartel

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi o primeiro ex-integrante da cúpula da estatal a relatar que um cartel de empreiteiras dominou as obras bilionárias da petrolífera a partir de 2006. Costa admitiu ter recebido milhões em propinas sobre os contratos da estatal com essas empresas e disse que recebeu o dinheiro em shoppings e em casa.

Ao formalizar a delação, o ex-diretor renunciou a US$ 2,8 milhões que estavam em uma conta nas Ilhas Cayman e a US$ 23 milhões depositados na Suíça. Comprometeu-se a pagar uma multa compensatória cível de R$ 5 milhões e a entregar uma lancha de R$ 1,1 milhão, terrenos avaliados em R$ 3,202 milhões, valores em espécie apreendidos com ele (R$ 762.250, US$ 181.495 e 10.850) e um carro importado de R$ 300 mil.

Costa foi o primeiro delator da Lava Jato. Condenado a 12 anos de prisão, ele pôde cumprir parte da pena em regime domiciliar e parte no semiaberto. O ex-executivo da estatal petrolífera morreu em agosto de 2022, aos 68 anos, no Rio. A morte foi consequência de um câncer de pâncreas.

Ex-executivos

Depois de Costa, a Lava-Jato fechou acordos de colaboração com o ex-diretor de Internacional da estatal Nestor Cerveró e os ex-gerentes da Petrobras Pedro Barusco e Eduardo Musa. O ex-diretor de Engenharia Renato Duque não chegou a firmar uma delação com o Ministério Público Federal, mas afirmou, durante uma audiência perante a Justiça Federal do Paraná, no ano passado, que colaborava espontaneamente.

Em novembro de 2015, Cerveró concordou em entregar 1 milhão de libras que ele mantinha em contas na Inglaterra. O ex-diretor de Internacional também aceitou devolver US$ 495 mil que estavam em uma offshore nas Bahamas e R$ 6,7 milhões, o equivalente ao valor de dois apartamentos que o ex-dirigente possuía em Ipanema, no Rio.

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