O Brasil nunca foi tão decisivo para o abastecimento mundial de alimentos

O Brasil nunca foi tão decisivo para o abastecimento mundial de alimentos

Por Redação O Sul | 20 de fevereiro de 2023

Empresários estão no País em setores como commodities, agroindústria, bioenergia e logística. (Foto: Reprodução)

O agronegócio brasileiro deverá ultrapassar pela primeira vez a marca dos 300 milhões de toneladas de grãos produzidos. A projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2022/2023 é de 310 milhões. Há 15 anos, a produção não passava de 135 milhões. De lá para cá, a colheita de soja quase triplicou, a do milho cresceu 142% e a do trigo dobrou. O Brasil nunca foi tão decisivo para o abastecimento mundial de alimentos.

Pelos cálculos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Brasil deverá se manter como o número um no ranking dos maiores exportadores de soja, com 55% do mercado, e poderá liderar as vendas no mercado de milho, desbancando os americanos. Confirmada a previsão, será a primeira vez em dez anos que o país alcançará tal feito.

O sucesso do agronegócio brasileiro deve ser impulso para mais melhorias, não para complacência. O governo precisa ouvir as lideranças do setor para definir prioridades. Não há espaço para preconceitos porque este ou aquele segmento apoiava o candidato derrotado nas eleições. Tampouco há razão para decisões baseadas em ideologia. Um dos primeiros erros do PT foi separar a burocracia estatal entre o agronegócio e a agricultura familiar. Não há dois setores distintos, apenas um formado por várias cadeias produtivas, diz Marcos Jank, coordenador do centro Agro Global, do Insper.

Em um mês, diferentes integrantes do governo federal fizeram repetidas declarações em favor da recuperação do setor industrial, que perde participação na economia tanto aqui como noutras partes do mundo. É compreensível a preocupação, ainda que haja dúvidas sensatas sobre a chance de sucesso dos planos para ressuscitá-lo. Vale lembrar que o Brasil pode ter segmentos competitivos na manufatura e, ao mesmo tempo, continuar um grande exportador agrícola. Os dois objetivos não são excludentes. Os Estados Unidos são os maiores produtores mundiais de milho. A China lidera em trigo e arroz.

Somos uma potência na produção de alimentos porque o país tem vastas extensões de terra e clima favorável, mas não só. Outras regiões do planeta têm condições semelhantes, sem os mesmos resultados. Aqui houve uma conjunção de condições naturais, investimento em tecnologia e espírito empreendedor. O agronegócio demonstrou enorme capacidade de reação diante da conjuntura volátil dos últimos três anos, prejudicada pelo aumento no preço de insumos e fertilizantes, como resultado da guerra na Europa.

O agronegócio exportador tem a mesma preocupação demonstrada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a preservação do meio ambiente. Existe o entendimento de que o desmatamento ilegal deve ser combatido com mão firme, respeitando o Código Florestal. Investimentos podem dar impulso à expansão da tecnologia digital. Melhorias na infraestrutura são urgentes. Lula se diz preocupado com o crescimento da economia. Poderia começar a falar mais no que pretende fazer para alavancar o agronegócio e menos em Banco Central. (Opinião/O Globo)

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