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Pesquisadores da UFMT visitam aldeias no Xingu para fomentar projetos de agricultura e artesanato

por admin
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Pesquisadores do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) realizaram, durante uma semana, visita às aldeias do povo Kalapalo localizadas na região da Terra Indígena do Xingu, distantes, aproximadamente, mil quilômetros de Cuiabá. Os pesquisadores foram acompanhados por técnicos da secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado.

Segundo o coordenador da pesquisa, professor Reginaldo Araujo, que desenvolve pesquisas junto aos povos desde 2006, a intenção da viagem foi apresentar os primeiros resultados do Projeto de pesquisa denominado “Fortalecimento da agricultura tradicional e da produção de artesanatos como promoção de territórios saudáveis, sustentáveis e do bem viver na terra indígena do Xingu”, financiado pela secretaria.

Segundo o docente, nos últimos anos têm ocorrido alguns fenômenos e ocorrências na Terra Xingu que colocariam os povos aldeados em situação de insegurança alimentar. Entre esses, citou as mudanças climática, resultando em longas estiagens; outro fenômeno observado são as ventanias, que quebram as ramas da mandioca e comprometem a produção.

Há, ainda, a ocorrência de constantes queimadas realizadas nas fazendas próximas que atingem as plantações indígenas e, por último e não menos grave, em suas consequências, são os constantes “ataques” de porcos selvagens (caititu e cateto).

O pesquisador ressaltou que os riscos as plantações de mandioca-brava nas Terra do Xingu estão ligadas especialmente a expansão das fazendas e do modelo de produção imposto pelo agronegócio: monocultura, plantações em larga escala, consequentemente provocando destruição das matas, cerrados, rios e lagoas no entorno das terras indígenas. Soma-se nesse processo a utilização de grandes quantidades de agrotóxicos que comprometem e atingem todo o ecossistema da região.

Diante dos fatos, foi proposta uma pesquisa-ação financiada a partir de proposta de Emenda Parlamentar do Deputado Estadual Lúdio Cabral junto a Sedec. Após a aprovação do projeto nos órgãos competentes, estabeleceu-se uma parceria entre a secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, Fundação Uniselva e UFMT.

Além de fornecer ferramentas para melhorar o cultivo das roças, o projeto também conta com a participação de técnicos formados no modelo da agroecologia que através de encontros, cursos e oficinas colaboram junto aos indígenas para avançar no melhoramento da produção da mandioca brava, como também, sugerindo a implantação de roças consorciadas, com plantações de abóbora, melancia, acerola e goiaba, dentre outras.

O projeto realiza também doações de ferramentas (motosserras, lixadeiras, tupia e outras) e miçangas com o propósito de fortalecer a produção artesanal nas aldeias. Os povos localizados no Alto Xingu, dentre esses o Kalapalo, são reconhecidos historicamente por produzirem – a partir de miçangas e sementes nativas – colares, pulseiras e brincos, muito apreciado nas lojas de venda de artesanatos.

Também produzem redes de palha de buriti trançadas com linhas de crochê, máscaras, remos e bancos de madeiras. Segundo o docente, as peças artesanais produzidas pelas comunidades apresentam traços da cultura e identidade.

O projeto conta também com a participação das professoras Onice Dall Oglio, do Instituto das Ciências Agrárias e Ambientais, Neuza Cristina Gomes, do departamento de Saúde Coletiva, e Nilza Cristina Gomes de Araujo, do departamento de Educação, tendo sido previsto para ocorrer no período de fevereiro de 2024 a janeiro de 2025. Contudo, os pesquisadores responsáveis pelo projeto já abriram diálogos com os técnicos da Sedec propondo a prorrogação por pelo menos mais 12 meses, detalhou a assessoria da Universidade.

 

Fonte; Só Notícias

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